Alerta vermelho no Funchal !

Desde há alguns meses atrás que estava a ter problemas em dormir à noite. Até essa data eu (quase) sempre conseguia dormir muito bem, “como um bebé” segundo o dito popular. Podia tomar 4 cafés num dia, até mesmo à noite, e mesmo assim não tinha problemas. Mas agora nem posso tomar um único café, mesmo se for logo pela manhã…
E não houve alterações na minha vida que justificassem, nem nas normais pressões e stress, nem na saúde. E a par desta má qualidade de sono, havia também muitos dias com uma fadiga inexplicável, ou então uma espécie de agitação “eléctrica” desagradável, uma espécie de “bzzzzz” que vibra na cabeça e pelo corpo todo.

Um amigo meu, Daniel, que vive em França, e tem problemas do mesmo género, mas num estádio muito mais grave, acabou por descobrir recentemente que a verdadeira causa é a Electro Hiper Sensibilidade (EHS), ou seja, uma espécie de alergia galopante a todo o tipo de emissões electromagnéticas, quer sejam provenientes dos telemóveis e antenas, wifis, telefones sem fios (altas frequências – HF), quer sejam dos circuitos eléctricos domésticos e da multiplicidade de aparelhos (baixas frequências – LF). A tal ponto que ele agora já não suporta sequer ir jantar ao seu restaurante preferido pois bastam umas horas de exposição no exterior (na casa dele está tudo mais ou menos controlado, e com níveis baixos) para ter uma noite perdida sem poder dormir.

Como eu tinha um aparelho de medida comigo, adquirido já há bastante tempo, mas muito pouco usado pois na altura os níveis detectados não eram (ou não me pareceram…) nada relevantes, resolvi assim fazer uma nova investigação, dentro e fora de casa. Para além disso, já há algum tempo que estava a suspeitar da proliferação de antenas por toda a parte, e em particular mesmo à frente de casa, de onde já avisto 3 grandes postes carregados de emissores, e todos a menos de 100m …
E qual não é a minha surpresa ao colocar o aparelho de medida face ao 1º poste, mesmo em frente à janela/varanda do escritório. A agulha já queria rebentar com a escala…



E este aparelho é muito pouco sensível, a escala para as radiofrequências (RF’s, a abreviatura normalmente utilizada para a banda de altas frequências, entre 50 MHz e 3.000 MHz, ou 3 GHz, utilizada para as comunicações móveis, wifi, etc) está nos miliwatts/cm2. A leitura registada, que já ultrapassa largamente 1 mW/cm2, e que corresponde a 70-80 Volts por metro, já vai acima mesmo dos níveis legais (estabelecidos na Portaria 1421 /2004, de 23 Novembro).

Mas o grande problema reveste 2 aspectos, que vão tornar a EHS uma epidemia silenciosa, até talvez ser tarde demais:
1- As emissões electromagnéticas não são sentidas pela grande maioria das pessoas. Alguns casos, raros, dizem ser capazes de sentir um efeito directo desagradável, por exemplo, com a utilização intensiva dos telemóveis, ou na proximidade de uma grande antena. Mas a maior parte das pessoas não nota absolutamente nada, mesmo aqueles que já estão a sofrer os efeitos nefastos.
2- Os efeitos nefastos, que começam pela insónia, fadiga, pressões ou dores de cabeça (ou até por estados depressivos, em algumas pessoas), são efeitos muito gerais, que podem também provir de muitas outras situações. Pelo que os médicos e profissionais de saúde, se forem consultados, vão pensar primeiro numa data de outras coisas. “Faça mais desporto, coma melhor, tenha menos stress. E se não resultar, tome estes comprimidos para dormir melhor”…

E assim, tenho a séria impressão que muitos milhares de pessoas vão caminhar (rápidamente) para um agravamento da sua situação, até ao dia em que os comprimidos deixam de fazer efeito (ou começam a ter efeitos secundários graves pois muitos são autênticas bombas…), em que as pessoas vão deixar de poder trabalhar (e como, sem dormir? ...), e quando os problemas mais graves, já detectados e correlacionados em vários estudos, vão começar a aparecer: doença de Parkinson e Alzheimer… E a propósito, um dos meus tios foi atingido há alguns anos por uma Parkinson galopante, aos 60 anos de idade, quando ainda gozava de uma saúde geral relativamente boa. Gostaria de averiguar se por acaso ele não teria uma antena de RF’s mesmo em frente à casa dele, ou num local que frequentava.

E então, poderão as pessoas me perguntar, como verificar se a causa dos eventuais sintomas semelhantes aos descritos provém das RF’s ou não? A única forma de verificar, conforme eu já pude fazer, e o meu amigo Daniel também, é passar alguns dias (ou pelo menos um mínimo de 24h com uma exposição nula ou quase) num local “limpo” e ver se há melhoria ou não no sono das noites seguintes, e no estado geral. Ou seja, eliminar ou diminuir ao máximo a exposição às RF’s e dar uma oportunidade ao corpo de reagir. E ele até reage bem e muito rapidamente, pelo menos julgo eu durante as fases iniciais, já para o caso dos atingidos pela Parkinson ou Alzheimer tenho sérias dúvidas…
E como encontrar um local limpo? A resposta não é assim tão simples, pois até numa casa no campo, os circuitos eléctricos podem estar “desequilibrados”, sem ligação à terra p-ex, o que vai criar muitas perturbações e emissões em baixas frequências (LF’s desde os 50Hz da corrente eléctrica comum até aos 100 kHz). E para não falar que hoje em dia toda a gente está com a obsessão que tem de ter internet e rede móvel em qualquer lugar, e a velocidades cada vez maiores, para poder descarregar os vídeos mais idiotas em 2 segundos, até nas ravinas e picos mais escondidos das nossas serras… Eu ainda tive a sorte de verificar que um dos quartos do meu apartamento, que é totalmente interior e afastado da estrada e sem qualquer exposição mais aberta, não tinha praticamente rede nenhuma (para o telemóvel) e que também posso cortar o circuito eléctrico que alimenta todo o quarto. E, ao mudar temporariamente para lá, realmente já faz 3 noites que consigo dormir a noite toda (a 1ª noite não foi muito boa, é preciso contar com os efeitos acumulados da véspera). Uma solução para os mais aventureiros seria ir acampar, num local onde não há rede telemóvel, onde não passam por perto cabos de alta tensão, enfim, longe de tudo e de todos.

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